NossahiStória
O reToque surgiu do contexto
da Casa Corpo, que foi um espaço artístico, a casa de artistas, professories, grupos da dança
e da música que ficou ativo
em Goiânia de 2013 a 2019.
Oficina, escritório, laje, cozinha e ateliê de movimentos. Um punhado de gente e muitos encontros acontecendo. No ferver do ponto de estar, das artes do corpo, da cena. Lugar de curiagem, essa mistura de curiosidade com coragem,
que é verbo a curiar.
Por nascer embalado pela Casa Corpo a identidade visual foi composta por camadas da pele da casa.
Foram 11 pessoas selecionadas como bolsistas que posteriormente na etapa #brotada realizaram ações de C.I. em seus centros culturais de origens. Assim, o reToque brotou nas cidade goianas de Alto Paraíso, Goiânia, Pirenópolis e Santo Antônio de Goiás, pelo encontro no DF chegou a Taguatinga e para os municípios baianos de Feira de Santana e Cachoeira além da paraense, Belém. Nossas sementes voaram longe! Em alinhavo manual em forma de um zine dança,
a bolsista Brunna Franco registrou caminhos em um mapa afetivo em A4 colorido, tesoura, cola, grampo e celofane.
Na forma de tato que não cabe no digital.
Segundo reToque, também, encontro EM Contato Improvisação, julho de 2019. No apagar das luzes da casa corpo, dois meses depois, em setembro aquele tablado perfeito para prática de C.I. não existiria mais. Foi um reToque de despedida daquele espaço que foi nutrichão para a imaginação e ação. No balançar do encerrar de um ciclo, na fronteira do desconhecido próximo passo, o coletivo de pessoas que responderam ao chamado reToque para dedicar-se tempo de estar em si, fizeram do reToque #2 uma experiência de cidade, de casa, escuta, sustentação e convívio.
Na programação desse #2 encontro EM Contato Improvisação, Tica passeou entre o Kinomish e assim como Andrea mergulharam no peso do voo, aquele momento, suspiro. Contato Improvisação em seu contorno, queda e vento. Vieram mais duas professoras convidadas, ambas de terras longínquas, mas viventes no cerrado goiano. Foi no suingue da cadeira latinamericana que Carol Barrero temperou o contato improvisação de acá. Criadora da iniciativa Kung Fu Manas, trouxe uma mistura de arte marcial com o rebolado dos ritmos latinos à serviço do C.I. Uma vivência alegre, aterrada e colherada. Voando em bolas azuis chegou Erica Bearlz nos presenteando com seu método corpo fluxo – bola bearlz. A gravidade a serviço das espirais, física, riso, risco e pontilhado.
A identidade visual para o reToque #2 foi preparada com aquele gosto do desafio de desapegar de um cartaz que gostamos tanto, e que marcou tantas pessoas (sim, o #1 encontro foi inesquecível). Fazia calor quando Félix Perini, abriu o PDF para mostrar a proposta de identidade visual para a segunda edição, em 2019.
Depois de rápida estranheza, veio a satisfação. Sim! amarelo neom pixado, vermelho profundo e rosa. Contorno, corpo, reencontros e partida. O risco. Borrar os limites. Era a embalagem para o reToque que se despedia da sua
Casa Corpo, outrora pele e continente
de seu nascer. Desborde, transborde. Xispa! Rua! Circulando...
reToque #2 teve parque, casa, POR ACASO_tardes de improviso, em uma edição histórica, brincada e inesquecível. Despedida da rua sem saída (saudades).
Conectadas às restrições e cuidados impostas pela pandemia, retornamos no ano de 2022 com uma edição híbrida. Onde o experimentar formas de fazer encontro teve o cuidado como essência e o limite como um lugar
de encontro. Um novo formato foi pensado e embalado
em tecido afetivo para valorizar
artistas-professoras goianas. Começamos o reToque #3 com uma residência em cuidado, com práticas de dança terapêutica conduzida pela coreógrafa e terapeuta corporal cearense Andrea Bardawil em partilha de seu método
A Construção Poética do Visível.
Com Brunna Franco, Daraína Pregnolatto, Flávys Guimarães, Hilton Júnior,
Otto Caetano e Zé Pereira.
Cada artista-professora residente, posteriormente, realizou uma oficina
de suas pesquisas-desejos em seus
espaços de atuação pedagógica-artística.
Um encontro EM
improvisação e danças.
O particular em fluência
com danças terapêuticas,
movimento somático,
virtualidades e além.
Cruzando as fronteiras e aportando
em salas de reunião virtual chegaram
as professoras Roxana Galand e Jeny O'Campo.
Roxana, partilhou desde a Argentina,
parte de seu método Natureza da Força
e Jenny, da Colômbia, aproximou fluxos com "Desde o Coração do Movimento: improvisação e composição coreográfica". Essas atividades somaram mais de 80 participantes vindos de vários países da América do Sul. Sim, assim como muitos nesse período, descobrimos que mais encontros (e formas de tocar) são possíveis por essas redes que tecemos.
Victor L. Pontes (2017), Felix Perini (2019)
e Rô Rô Brasil (2022) são três artistas da cidade de Goiânia que enveloparam com lindos cartazes as três primeiras edições do encontro. E que, para além disso, provocavam a expansão nosso sentir as nossas ideias de dança.
Ao chegar nas danças de dançar águas,
reToque abriu o convite para a artista goiana Hariel Revignet desenvolver o cartaz.
Ela logo escolheu a aquarela como meio de convocar suas águas douradas ao encontro
das muitas cores d'águas que vão chegar
para dançar neste, agora, festival.
Nessa transição de um formato de encontro para festival, o design da identidade visual revisita o da primeira edição, porque para o reToque
é importante se lançar ao novo, mas sabendo
de (onde, porquê e para quem) viemos.
E agora estamos aqui, margeando as águas
de Caldas Novas. Preparando bagagem e nova paragem, porque agora o caminho é casa.
Ser casa embalada para presente,
ser corpo em relação,
curiagem com companhia. Pesquisar junto.
Do corpo da terra, água mineral termal.
Quarto reToque.